domingo, 6 de maio de 2012

POESIA, UM IDIOMA DA PERCEPÇÃO

"Parto do princípio que poesia não é matéria resultante da arte ou ofício de se fazer, como um bolo, uma parede ou uma estrada. A rigor, entendo que ninguém inventa poesia. 

Não se trata de uma mera questão de ir encaixando palavras ou garimpando rimas, tentando encontrar uma melhor composição, algo como compor uma melodia de sonoridade simpática. 

Entendo que poesia mesmo é uma espécie de idioma, uma linguagem da percepção, uma certa fatia da capacidade sensitiva do indivíduo. Quem sabe até uma faculdade muito próxima da clarividência. 

Escrever poesias é, portanto, dentro deste raciocínio, mergulhar em busca da melhor semelhança entre aquilo que é captado pelos sentidos e as palavras que melhor possam expressar-lhes. Escrever poesias é demonstrar a habilidade em expor este estado sublime de entendimento."

 Carlos Alberto Coelho